Brincadeira de mau gosto
Com a proximidade de encerramento do ano letivo, muitos estudantes começam a se movimentar em torno da realização do conhecido ‘trote. A situação ficou caracterizada no ensino superior, onde acadêmicos egressos passam por situações muitas vezes humilhantes, organizadas pelos que já se encontram na faculdade. A moda pegou também no ensino médio, com as turmas dos terceirões.
De alimentos atirados nos colegas a desfiles em trios elétricos ou cortes de cabelo contra a vontade da vítima, as ações são das mais variadas. Algumas carregam grandes perigos e, por isso, a iniciativa do ‘trote é recriminada pela maioria dos educadores e instituições de ensino. "Não cabe, atualmente, no cotidiano escolar e também frente à sociedade. Esse procedimento não traz benefício nenhum. É uma prática incondizente com o que pregamos o ano todo", comenta a coordenadora do Colégio Energia, Fátima Bastiani.
As campanhas de conscientização em torno da forma como os ‘trotes são organizados vêm crescendo dentro dos educandários. O diretor do Colégio Cônsul, Orlando Borchardt, pensa que a iniciativa não deveria, necessariamente, ser banida. Mas sim mudada a forma como acontecem. "Uma idéia seria fazer plantões nas sinaleiras, por exemplo, com uma campanha em favor de uma entidade e posteriormente fazer um grande evento de confraternização entre eles. Espaço para isto em Brusque não falta", destaca o educador.
A forma como são realizados denota falta de maturidade, avalia o assessor pedagógico do Colégio São Luis, Fabrício Bado. "Gostaríamos, realmente, que os alunos fizessem uma despedida saudável, onde deixassem uma imagem positiva para os que ficam nos colégios. Uma outra forma que demonstrassem que têm maturidade suficiente, já que estão prestes a ingressar na universidade" destaca ele.